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  • Foto do escritorValéria Leão

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ALDEIA DA PEDRA


ITAOCARA, ETERNA SAUDADE

Editado


Aquela cidadezinha pacata, hoje vive somente nas lembranças de uma geração que está um pouquinho avançada nos anos.


Um saudosismo, vez por outra, aperta o coração. Recordações que nos transportam para os primeiros anos de vida. Para uma infância de brincadeiras nos quintais, nos pátios dos colégios, nas praças e nas ruas.


Uma infância com o sabor dos doces de dona Terezinha Antunes, dos bolos de Lucy Barros (in memoriam) e de Eucélia Manhães.


Sem brinquedos eletrônicos, o giz branco marcava a calçada para o jogo da amarelinha. Sentados na soleira da porta, bastavam cinco pedrinhas e um outro jogo se iniciava.


No final de tarde, em ruas com pouco movimento, a turma se reunia para jogar "queimada" e só voltava para casa quando o sol já se escondia.


Sim meus caros, faço parte dessa geração analógica, que sem os recursos do mundo digital, aproveitou a infância no mundo real, como muitos de vocês.


Era um tempo em que joelho ralado, gesso no braço, perna ou pé, não raramente, faziam parte do pacote. Não é mesmo?


Uma época em que nossas mães, no finalzinho da tarde, sentavam em cadeiras na calçada para "apanhar a fresca"; nossos pais se reuniam no bar das "quatro esquinas", e a criançada tomava um refrigerante na padaria do "Seu" Mário Monteiro.


Nos dias quentes era impossível resistir ao picolé do "Seu Zé". Aquele senhor de corpo miúdo e cabelos grisalhos, com sua caixa de isopor, fazia a alegria da molecada quando passava anunciando: "Olha o picolé"! Era o melhor, sem sombra de dúvida.


A vida era mais simples, os dias mais longos, as amizades mais verdadeiras.

Acho que éramos mais felizes na nossa inocência.


Nós, que tivemos a oportunidade de viver nessa Itaocara bucólica, privilegiados que fomos, somos gratos à vida por todos os momentos de alegria compartilhada.


Sou muito grata a Deus por todos os anos vividos na minha amada Aldeia da Pedra, por ter compartilhado esse período da vida com pessoas maravilhosas e por manter laços de afetuosa amizade com muitas delas até hoje.


Itaocara, sempre presente na minha memória e no meu coração.


VALÉRIA FARIA LEÃO

Advogada/Escritora




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